São Paulo, 30 de novembro de 2020
Área: Linguagens (Artes)
Habilidade: (EF08AR24)
Prazo de envio: 11/12
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail:
kayssa@professor.educacao.sp.gov.br
Teatro Experimental do Negro (TEN)
O Teatro Experimental do Negro (TEN) surgiu em 1944, no Rio de Janeiro, como um projeto idealizado por Abdias Nascimento (1914-2011), com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da educação e arte, bem como com a ambição de delinear um novo estilo dramatúrgico, com uma estética própria, não uma mera recriação do que se produzia em outros países.
Alguns anos antes, aflorara em Abdias uma inquietação perante a ausência dos negros e dos temas sensíveis à história da população negra nas representações teatrais brasileiras. Em geral, quando lhes era concedido algum espaço cênico, este vinha para reforçar estereótipos, a partir do direcionamento dos atores/atrizes negros/as a papéis secundários e pejorativos. Havia, segundo ele, uma rejeição do negro como “personagem e intérprete, e de sua vida própria, com peripécias específicas no campo sociocultural e religioso, como temática da nossa literatura dramática.” (Nascimento, 2004, p. 210).
Por essa razão, o TEN foi pensado para ser um organismo teatral que promovesse o protagonismo negro. Nas palavras do próprio Abdias do Nascimento, desde que era ainda uma ideia em gestação, o TEN teria como papel defender a “verdade cultural do Brasil”.
À sua proposta, aderiram de imediato o advogado Aguinaldo de Oliveira Camargo, o pintor Wilson Tibério, Teodorico Santos e José Herbel. Logo em seguida, foram acompanhados pelo militante negro Sebastião Rodrigues Alves, Claudiano Filho, Oscar Araújo, José da Silva, Antonio Barbosa, Arlinda Serafim, Ruth de Souza, Mariana Gonçalves (as três trabalhavam como empregadas domésticas), Natalino Dionísio, entre outros.
O corpo de atores era formado, inicialmente, por operários, empregados domésticos, moradores de favelas sem profissão definida e modestos funcionários públicos. O TEN os habilitou a enxergar criticamente os espaços destinados aos negros no contexto nacional.
Este projeto disponibilizou a seus membros cursos de alfabetização e de iniciação à cultura geral, além do de noções de teatro e interpretação, mesclando aulas, debates e exercícios práticos, e contando com a contribuição dos professores Rex Crawford, Maria Yeda Leite e José Carlos Lisboa, do poeta José Francisco Coelho e do escritor Raimundo Souza Dantas, que ajudavam o grupo em formação por meio de palestras.
O Teatro Experimental do Negro tinha grandes ambições artísticas e sociais, dentre elas, estava a exaltação/reconhecimento do legado cultural e humano do africano no Brasil.
Dada à inexistência de peças dramáticas que refletissem sobre a situação existencial do negro no Brasil, o grupo decidiu interpretar o texto “O Imperador Jones”, de Eugene O’Neill, que dedicava-se àquele mesmo empreendimento, embora tendo como referência o contexto estadunidense. O autor cedeu os direitos autorais ao TEN, por simpatizar com a iniciativa e reconhecer a similitude de condições entre o teatro brasileiro da década de 1940 e o teatro estadunidense de duas décadas antes.
A estreia da peça se deu em 8 de maio de 1945, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde nunca antes havia pisado um negro, fosse como intérprete; fosse como público.
Após o sucesso de crítica, que destacou a atuação de Aguinaldo de Oliveira Camargo, o passe seguinte do grupo foi o da criação e encenação de peças dramáticas nacionais que focassem as questões mais caras da vida afro-brasileira. Antes disso, porém, o grupo interpretou, em 1946, outro texto de O’Neill: Todos os filhos de Deus têm asas.
O primeiro texto escrito especialmente para o TEN foi O filho pródigo, de Lúcio Cardoso, inspirado na parábola bíblica. Foi considerado por parte da crítica como a maior peça do ano. A montagem seguinte se deu sobre o texto Aruanda, de Joaquim Ribeiro. Como desdobramento dessa peça, formou-se o grupo Brasiliana, constituído por seus percussionistas, cantores e dançarinos. O grupo de dança Brasiliana excursionou por quase 10 anos por toda Europa.
A atuação do TEN não se limitava ao teatro ou a uma crítica social restrita à esfera discursiva. As aspirações do grupo incluíam a melhoria real da qualidade de vida da população afrodescendente, o que não podia prescindir do engajamento político de artistas, autores, diretores e demais formadores de opinião. Assim, o TEN organizou o Comitê Democrático Afro-Brasileiro e, em seguida, a Convenção Nacional do Negro, que apresentou à Constituinte de 1946, entre outras propostas, a inserção da discriminação racial como crime de lesa-pátria. Merecem destaque também a realização, em 1950, do 1º Congresso do Negro Brasileiro, e a edição entre os anos de 1948 e 1951 do jornal Quilombo.
O TEN adotava a postura político-discursiva do Négritude, movimento político-estético que impulsionou a luta pela independência de muitos países africanos, como o Seneal, e influenciou a busca por libertação dos povos afro-americanos. Assim, tinha como bandeira“priorizar a valorização da personalidade e cultura específicas ao negro como caminho de combate ao racismo”. (Nascimento, 2004, p. 218).
Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/grupo399330/teatro-experimental-do-negro>
https://www.youtube.com/watch?v=6Vv2wkQBaQs
(Documentário – Teatro Experimental do Negro)
Atividade:
Sendo a arte uma potente forma de expressão dos tempos, explique, em suas próprias palavras, a potência e importância do trabalho desenvolvido por Abdias Nascimento e porque ele ainda é atual, relacionando-o com eventos contemporâneos. Atenção: seu texto precisa conter um título e mínimo de quinze linhas.
Atividade voltada aos anos: 9º A, B e C
Habilidade: (EF69AR01D)
Prazo de envio: 27/11
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Grafite de Os Gêmeos
Assista aos vídeo a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=ye6Z00tagSQ
(O Grafite no mundo)
https://www.youtube.com/watch?v=LOZvNQEB-0c
(Eduardo Kobra: grafiteiro que defende a vida e a paz mundial)
https://www.youtube.com/watch?v=uuWSjdgIiPo
(Os Gêmeos – TripTV )
https://www.youtube.com/watch?v=a38xoWB6NAw
(Avião com grafite)
Manifestação cultural vista nas ruas
O grafite é uma das principais formas de manifestação da arte urbana. Muito presente nas vias públicas, os desenhos são feitos à mão, e cobrem muros, fachadas e paredes pelas cidades. Atualmente, o grafite é uma das manifestações culturais mais crescentes no mundo.
De origem italiana, a palavra grafite vem de “graffiti”, plural de “graffito”, que em sua tradução quer dizer “escrita feita com carvão”. Ele também pode ser chamado de grafito ou grafiti.
Ainda existe um certo preconceito e o grafite é visto por alguns como vandalismo e poluição visual. Ao mesmo tempo, ele vem ganhando cada vez mais a admiração das pessoas. O seu objetivo principal é ocupar os espaços e deixar algum tipo de reflexão para quem os vê.
Acredita-se que esse tipo de arte exista desde o Império Romano, mas o movimento se popularizou nos anos 70. O grafite pode estar ligado a vários movimentos diferentes, mas em especial, está relacionado com o Hip-Hop.
A história do grafite
Relata-se que as escrituras em paredes se tornaram conhecidas desde o Império Romano.
Em 1968, um movimento contracultural que usava os muros para escrever frases e poesias na França, começou a dar visibilidade para esse tipo de arte. Porém, só na década de 70 que o grafite ganha força, por conta das marcas que surgiram em Nova Iorque, pintadas por um grupo de jovens.
Percebe-se que esse movimento cultural está diretamente ligado com o Hip Hop, na expectativa de dar voz aos jovens que nascem e crescem nas zonas mais periféricas das cidades. Esses jovens encontram nas ruas esse local ideal, relatando através da arte a opressão e a vida difícil que eles levam.
Com o tempo, o grafite foi tomando uma nova forma e se tornando uma verdadeira obra de arte, admirada em todo o mundo.
Grafite no Brasil
No Brasil, esse tipo de arte começou a se apresentar no final da década de 70, influenciado pela cultura americana. São Paulo foi a principal cidade adepta do movimento.
Por conta da Ditadura Militar no Brasil, a arte foi restringida, por conta da censura. Com os anos, os artistas foram tomando outros espaços e cidades por todo o país.
Questões:
1) Em sua opinião, por que algumas pessoas não vêem o grafite como as demais artes visuais?
2) Você lembra de algum grafite que te chamou atenção? Qual? Caso não se lembre, pesquise um trabalho de grafite realizado na cidade de São Paulo e fale sobre ele.
3) Qual a relação do grafite com as cidades?
São Paulo, 03 de novembro de 2020
Atividade voltada aos anos: 9º A, B e C
Habilidade:(EF69AR33)
Prazo de envio: 13/11
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(Lembrem-se de colocar nome completo e sala no corpo do texto. Estarei à disposição.)
CAI GUO-QIANG -
ARTE EXPLOSIVA
Para um artista contemporâneo qualquer material serve para trabalhar, seja nobre e suave ou pobre e agressivo. Cai Guo-Qiang fez uma escolha radical: pólvora. Com o pó negro e uma sabedoria herdada de centenas de anos de tradição pirotécnica chinesa compõe obras que se tornam visíveis numa detonação de luz, fumo e cor. Arte explosiva.
Cai Guo-Qiang nasceu em Quanzhou, na China, em 1957. Após ter estudado em Xangai emigrou para o Japão e, posteriormente, para Nova Iorque, onde vive e trabalha desde 1995. Actualmente é conhecido no meio artístico pelas suas instalações de grande escala e, sobretudo, pelos literalmente bombásticos projectos de explosões que tem mostrado um pouco por todo o mundo em locais como o MoMA em Nova Iorque, a Tate Modern em Londres e o Centro Pompidou em Paris.
Uma instalação explosiva começa invariavelmente do mesmo modo: perante uma assistência mais ou menos numerosa, o artista espalha cuidadosamente a pólvora pelo chão, em cima de uma tela ou de um tecido, formando desenhos mais ou menos figurativos. Depois de concluída esta fase, toda o material explosivo é coberto com cartões sobre os quais são colocados pesos, geralmente pedras. Esta protecção destina-se a conter a explosão e a circunscrevê-la ao limite das formas pretendidas. Segue-se a ignição. Todo o espaço é inundado por uma nuvem de fumo entrecortada por fogachos crepitantes. Por fim Cai Guo-Qiang e os seus assistentes retiram a protecção e revelam o resultado final, uma tela que será fixada a uma parede, em exposição.
Fonte: http://obviousmag.org/archives/2007/12/cai_guoqiang_ar.html
Assista o vídeo a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=c-QIj7E6CR8
Agora, com base em seus conhecimentos prévios e suas impressões do trabalho do artista Cai Guo-Qiang, responda:
1) Qual a matéria-prima utilizada no trabalho do artista?
2) Você acredita que as obras de arte de Cai Guo-Qiang podem ser consideradas desenhos?
3) Você já viu desenhos feitos com materiais além do convencional? Cite um artista que utiliza materiais atípicos em sua produção e discorra sobre seu trabalho.
Habilidade: (EF15AR22D)
Prazo de envio: 09/10
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(Lembrem-se de colocar nome completo e sala no corpo do texto. Estarei à disposição.)
Leia o texto a seguir:
“Você sabe por que a expressão “sétima arte” é usada para se referir ao Cinema? De acordo com o professor e crítico Ismail Xavier, autor do livro Sétima arte: um culto moderno - o idealismo estético e o cinema, foi o cineclubista italiano Ricciotto Canudo o responsável pela denominação. “Como intelectual, ele logo se interessou pela nova forma de diversão popular que surgiu em 1895, fez parte de um cineclube e integrou uma geração que passou a expressar seu amor pelo Cinema tratando-o como uma forma artística que surge a partir de uma nova tecnologia”.
Em 1911, Canudo escreveu o Manifesto das Sete Artes, no qual montou um sistema em que dividia as artes por sua relação com o espaço – pintura, escultura e arquitetura – e com o tempo – música, dança e poesia. “Por ser uma arte do espaço e do tempo, o Cinema seria a grande síntese de todas, a sétima arte, pois parte de uma imagem projetada em uma superfície, como a pintura ou a fotografia, mas envolve o movimento, relacionando-se ao ritmo, ao tempo”, explica.
Segundo o professor, na divisão proposta pelo cinéfilo italiano, nem o teatro, nem a literatura aparecem, pois o seu grupo recusava o cinema em seu formato narrativo, utilizado para contar histórias, com atores desempenhando papéis. “Para eles, isso era algo passageiro, que o cinema não só iria, como teria de abandonar para encontrar sua verdadeira essência”, conta.
Canudo reivindicava um condição de Arte para o Cinema em sintonia com a tecnologia, as máquinas, a velocidade, a nova vida urbana, enfim, o desafio de lidar com as experiências simultâneas do mundo moderno. “Entre outras iniciativas, como a poesia de Apollinaire ou de Mallarmé, e o Cubismo, na pintura, para o Ricciotto Canudo, o Cinema vinha corar a resposta do universo artístico a esse novo mundo que se configurava no início do século XX.”
Questões:
1) Em suas próprias palavras, explique por que o cinema, segundo Ricciotto Canudo, seria uma síntese de todas as artes?
2) Quando surgiu o cinema?
3) Argumente por que o cinema pode ou não ser considerado arte, em sua opinião.
Prazo de envio: 25/09
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A sensibilidade do fotógrafo volta-se principalmente às cenas da vida cotidiana, registrando com muita liberdade imagens que se revelam poéticas ou que causam certo estranhamento. Sua produção inicial tem uma participação decisiva na renovação da fotografia moderna no país.
Atividade voltada aos anos: 9º A, B e C
Habilidade: (EF69AR18)
Prazo de envio: 11/09
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O termo Vanguarda Paulistanaentrou para a história da música popular brasileira como referência à geração musical (1979-1985) que tinha como reduto um espaço alternativo que, nos anos 1980, abrigou diversificadas experimentações musicais: o teatro Lira Paulistana, localizado na Praça Benedito Calixto, em São Paulo.
Teve como figuras mais emblemáticas Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé (embora este nunca tenha se apresentado naquele espaço), os grupos Rumo, Língua de Trapo e Premeditando o Breque, e as cantoras Eliete Negreiros, Vânia Bastos e Ná Ozzetti, entre outras.
Como maior referência fonográfica, o LP independente “Clara Crocodilo”, lançado por Arrigo Barnabé com a banda Sabor de Veneno, no qual mescla o rock com arranjos dodecafônicos e atonais da música erudita.
(Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira)
Venha até São Paulo
(Itamar Assumpção)
Venha até São Paulo
São Paulo tem Socorro, tem Liberdade, tem Bom Retiro
Tem Saúde, tem Luz sem ter claridade
Tem Concórdia, tem Vila Esperança
Tem gente e mais gente, cabe invade
São Paulo tem muitos santos espalhados pelo estado
Tem São Judas, São Caetano, Santo André, tem São Bernardo
Tem São Miguel, São Vicente, do outro lado tem São Carlos
Tem santo
Que nem me lembro São João Clímaco, Santo Amaro e a capital São Paulo
Tem o largo de São Bento no centro
E no litoral tem Santos, há santas também
É claro, Santa Efigênia, Santana, Santa Cecília,
Tem Santa Clara...
Venha até São Paulo ver o que é bom pra tosse
Venha até São Paulo dance e pule o rock and rush
Entre no meu carro vamos ao Largo do Arouche
Liberdade é bairro mas como Japão fosse
Venha nesse embalo concrete fax telex
Igreja Praça da Sé faça logo sua prece
Quem vem pra São Paulo meu bem jamais se esquece
Não tem intervalo tudo depressa acontece
Não tem intervalo
Vai e vem e tchan e tchum êta sobe desce
Gente do nordeste, do norte aqui no sudeste
Batalhando nesse mundaréu de mundo que só cresce
Só carece
Venha até São Paulo relaxar ficar relax
Tire um xérox, admire um triplex
Venha até São Paulo viver à beira do stress
Fuligem catarro assaltos no dia dez
link da música:
1) Para você, como Itamar Assumpção retrata a cidade de São Paulo na música “Venha até São Paulo”?
2)Você conhece os lugares citados na música? Cite quais.
3)Você conhece alguma música que, hoje em dia, traduziria o que é São Paulo? Coloque-a na resposta e explique seu ponto de vista.
Atividade voltada aos anos: 9º A, B E C
Habilidade: (EF09AR01)
Prazo de envio: 21/08
Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail:
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(Lembrem-se de colocar nome completo e sala no corpo do texto. Estarei à disposição.)
FOTOGRAFIA DOCUMENTAL: A ARTE DE UM OLHAR ATENTO
“A fotografia é a arte do olhar. É a arte do registro, onde o agora pode ser eternizado, pode ser revisto por anos e anos. Fotografia é a mágica de pegar nas mãos (mesmo em dispositivos eletrônicos) um momento que passou. Quantas histórias nos recordamos ao olhar uma foto, quantas memórias saudosas, engraçadas ou até menos convenientes. Fotografia treina o olhar e para muitos esse olhar se torna mais atento. Em tempo de efemeridades, um olhar demorado aquece o coração, aquece a alma. E uma fotografia para ser expressiva nos tempos de câmeras ao alcance das mãos e selfies constantes. Um bom olhar ainda é mais raro do que parece.
A fotografia documental é um gênero fotográfico que incorpora diversas propostas, propósitos e valores em sua prática. Do social à fotografia de viagens, muitos temas podem ser ditos como fotografia documental. Essa representação da estrutura social, de uma época, de um evento ou local abordados com uma linguagem estética dá contorno a esse olhar tão expressivo da fotografia nos últimos anos. Olhar que mapeou acontecimentos dos mais catastróficos, até o cotidiano de povos mais distantes. Através desses olhares, conhecemos e vivemos por esses registros realidades que pareciam tão distantes de nós.
O Brasil é um país de rica diversidade até nos fotógrafos documentais. Berço de um dos maiores fotógrafos do mundo, o nosso Sebastião Salgado e de muitos outros criadores de imagens que tocam a alma que revelam e a de quem vê. De norte a sul, temos grandes fotógrafos com trabalhos lindos de fotografia documental. Aqui cito alguns como: Luiz Braga, Guy Veloso, Walter Firmo, Araquém Alcântara, José Caldas, Marcelo Rosa, Alexandre Schneider, André Paiva, Luiz Mascarenhas e Silvestre Silva. E esses são apenas alguns nomes de peso.
Grandes mestres esses e tantos outros que nos ensinam através da fotografia documental a beleza de um olhar profundo. Olhar que pretende revelar uma alma, que não se prende aos limites do corpo. Olhar que quer saber de gente, saber de sua história, saber daquelas vidas tão únicas perante aquela lente. É um olhar que outorga importância àquele ser retratado. É uma imagem que fala, grita, que nos faz chorar juntos, nos faz sonhar junto. Olhar esse que deve ser levado para nosso corriqueiro dia-a-dia. Talvez um olhar atento que alguém que passa precisa, talvez um sorriso correspondido, talvez uma palavra qualquer que precisa ser dita, partilhada.
Quantos de nós estamos dispostos a olhar as almas com as quais cruzamos? Amigos, família ou até estranhos que em um dia dividem a vida conosco. Pessoas. Almas além dos corpos. Olhos que contam vidas. Esse olhar profundo é o qual a fotografia documental nos dá de presente. Cada um desses grandes fotógrafos estuda, planeja e passa por um período de enxergar aquela alma como ninguém. Descobrir em um primeiro olhar registrado, uma história que ouvirá posteriormente. Tornar eterno um sorriso que talvez seja tão raro de se ver. Promover culturas lindas que em um mundo tão grande podem passar tão despercebidas. É poesia em forma de registro fotográfico. É história com rimas visuais. Não faladas. Não cantadas. Apenas olhadas com sinceridade.”
Fonte: http://obviousmag.org/brincando_com_letras/2016/fotografia-documental-a-arte-de-um-olhar-atento.html
Após ler a matéria, responda:
1) Usando suas próprias palavras, como você definiria a fotografia documental?
2) Pesquise o trabalho de um dos artistas brasileiros citados no texto e aponte a fotografia que você mais gostou e o motivo.
São Paulo, 22 de junho de 2020
São Paulo, 27 de Abril de 2020
Dividindo(1974), Gordon Matta-Clark
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